Compressão é uma ferramenta fantástica quando a questão é dominar a dinâmica. Infelizmente, dependendo do compressor usado, e do grau de compressão aplicada, o processamento pode mudar as características sonoras do seu material.
Não seria fantástico ter um compressor que soe menos agressivo, mas ainda assim consiga reduzir a faixa dinâmica do jeito que você quer?
Abram alas para a compressão paralela!
O que é compressão paralela?
Compressão paralela mistura um sinal limpo com outro que é uma versão altamente comprimida do original.


Acima vemos duas ondas sonoras: A versão "crua" (sem compressão) e uma versão intensamente comprimida. Observe que no áudio comprimido, os transientes foram muito esmagados.
Vamos somar esses dois sinais
Agora tente imaginar o que acontece quando você mistura essas duas ondas sonoras. Podemos pensar em dois cenários:
Primeiro cenário: Áreas com transientes de alto volume
Em pontos com transientes muito chamativos, o elemento a se considerar é o sinal não-comprimido, uma vez que o ganho dos transientes no sinal comprimido foi drasticamente reduzido. Então juntar esses dois áudios nos pontos com os maiores transientes, basicamente resulta no sinal original (não-comprimido).
Segundo cenário: Áreas com baixo volume
Ao contrário, em pontos em que não temos transientes, o sinal comprimido vai contribuir significativamente ao áudio. Lembre-se que o compressor, basicamente, esmaga os transientes, mas em áreas de baixo volume ele atua menos.
O resultado
Resumindo:
- Para as partes da onda sonora com transientes barulhentos o sinal comprimido não contribui muito. Não há aumento de ganho significativo;
- Para as partes silenciosas da onda sonora, o sinal comprimido faz uma contribuição muito palpável ao sinal. Então, há um aumento de ganho significativo.
O resultado é um aumento de volume nas partes silenciosas sem muita mudança nas partes de alto volume.
Veja abaixo a onda sonora do som original e do som com compressão paralela aplicada.

Por que isso é melhor que a compressão comum (downward compression)?
Uma vez que transientes barulhentos geralmente são associados a perigo, nosso cérebro evoluiu pra prestar atenção neles. Então qualquer modificação de um transiente será percebida rapidamente, mesmo que não seja possível definir exatamente a diferença entre sinais comprimidos e não-comprimidos. Por outro lado, nosso cérebro presta menos atenção ao material de fundo (com baixo volume), então se alterarmos isso e mantivermos os transientes intactos, o resultado vai ser uma redução mais natural da faixa dinâmica.
Vamos ouvir?
Neste MP3 você ouve um loop de bateria, alternando entre o som original e o som com compressão paralela.
Ufa, isso foi bastante... Espero que gostou da explicação de compressão paralela! Quem gosta de YouTube pode assistir um vídeo explicando como configurar compressão paralela aqui. E para quem quer ler mais, tenho um post que explica como configurar os parâmetros da compressão paralela aqui.
Até a próxima!
Norbert
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